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Pabllo Vittar será vice de Luciano Huck?

A carreira do cantor Pabllo Vittar, que se firmou como o maior fenômeno midiático da era atual no estilo “drag queen”, nunca foi um doce mel.  O sujeito, que soube aproveitar um nicho moderno na arte dos trejeitos sensuais femininos no corpo de um homem, conseguiu o alicerce do sucesso no triângulo mineiro, mais precisamente na cidade de Uberlândia, reduto do pão de queijo conservador.

Ousado, irreverente, e mais do que disposto a romper preconceitos, foi rapidamente adotado pelo segmento LGBT e, hoje, até consegue carteirinha de sócio nos clube dos machões. Se canta divinamente, ou se é apenas um mediano intérprete, não importa. Ele é sucesso garantido nos múltiplos palcos do país. Quem torcer o nariz para sua meteórica carreira vai ser acusado, no mínimo, de antiquado.

O apresentador de TV Luciano Huck, com jeitão de almofadinha, milionário, e que certamente não possui ares de quem está acostumado com o cheiro de sovaco do povão, se ergueu rápido no segmento político, como se fosse uma espécie de Pabllo Vittar da política.

O homem nunca foi vereador, prefeito, ou qualquer outra coisa e, na seara dos votos, sequer foi submetido ao crivo de síndico de prédio. É um alpinista que começa a escalar o Everest das indicações chegando de helicóptero no topo da montanha. Quanto mais diz que não é candidato, mais se firma no pleito como possível futuro presidente da nação brasileira.

Até FHC, quem diria, provoca fuzuê indicando que ele seria uma boa novidade no caldeirão. Quem for contra, eis mais uma semelhança com Vittar, será visto como um conservador, contra o necessário arejamento na conturbada, e corrupta, política brasileira.

Sob o risco dos críticos de plantão dizerem que eu me recuso a pensar “fora da caixa”, tenho receio dessas aventuras estilo “showman” de ocasião. Pode até ser que Pabllo Vittar se firme como a Elis Regina do século 21 mostrando o erro ao imaginar que ele é um fogo passageiro. O mesmo pode acontecer com o incrível Huck se for capaz de romper barreiras, ser eleito e governar com a experiência adquirida na telinha da Globo.

Como não compraria ingresso para confirmar as boas performances de Vittar num palco, não pretendo contribuir com meu voto para ver no que pode dar a aventura de Luciano sentando no trono do poder. Invencionices na área de entretenimento não jorram consequências de azedar o cotidiano. É um caso diferente quando se trata da administração do País. Bom lembrar que Collor foi obra dos feiticeiros e deu no que deu. Ainda prefiro ouvir Elis Regina e sonhar que pode surgir um Juscelino Kubitschek.  Do jeitão que segue pode ser que Pabllo Vittar seja convidado para o cargo de vice e a chapa torne-se imbatível.

 

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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