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O saco de maldades do CREF

Como se não bastasse o fantasma do desemprego que assombra todos os segmentos da sociedade brasileira, com mais de nove milhões de profissionais sem uma remuneração para pagar as despesas, insensíveis encastelados em certas entidades preferem atuar jogando trabalhadores na fogueira.

Caso típico são as ações do Conselho Regional de Educação Física (CREF) da 14ª Região GO/TO, sob a batuta do impiedoso presidente, Jovino Oliveira Ferreira, queestá implementando fiscalização com rigor, e punição sem importar-se com as consequências aos pais de família, no cumprimento de uma lei controversa,inoportuna, que leva ares de uma injustiça irreparável.

Simplificando o resumo da ópera, uma dessas antas do improviso conseguiu emplacar uma regulamentação que divide a área de licenciados e bacharéis. Os primeiros devem atuar somente em escolas, no ensino formal, e bacharéis apenas em academias, clubes e fitness. Uma bizarra lógica que tem o odor de coisa mal ajambrada.

Quem conhecer o currículo de ambas as categorias sabe que os dois profissionais estão aptos a exigir tanto orientando alunos quanto usuários no modelo que se pode batizar de fitness. Fosse o contrário, era de se concluir que estamos tratando seres humanos com diferenças na qualificação do serviço a ser executado.

Essa é apenas uma das incoerências da famigerada resolução. Mesmo que se possa defender, ninguém sabe o que está realmente escondido no que se urdiu para chegar ao imbróglio atual, a separação das atividades, é de se perguntar por que o CREF embarcou rapidamente na empreitada, exigindo que se cumpra o intento, sem defender um ajustamento de conduta com tempo hábil para impedir que centenas percam o emprego?

Fosse um órgão que defende e pensa na categoria, estaria ao lado dos que fizeram o curso acreditando que podiam atuar em um leque amplo de locais, principalmente nas academias. Pessoas, gente honesta que não merece sofrer com os famosos casuísmos brasileiros, que repentinamente são vítimas de perder suas ocupações.

Se o senhor Jovino, que não sei informar se é bacharel ou licenciado, tivesse um conhecimento mediano das agruras que passam seus colegas, saberia que muitos vão perder anos de investimento nos locais de atuação, ter que voltar ao meio acadêmico sem condições de bancar a fatura por falta de tempo ou recursos, e que a equação será prejudicial em um momento difícil da economia brasileira.

Não me consta que a medida afetará a ele ou um de seus pares que age no CREF. Será mais um problema da arraia miúda que terá que ser virar para resolver o impasse com sacrifício pessoal. O mais interessante é que a maioria está disposta a engolir a imposição que surgiu no lodo do inopinado, apenas pedem um tempo razoável para conseguir se adequar. Mas, nem isso foi cogitado de forma equilibrada pensando em quem vai sofrer prejuízos.

O CREF sequer encomendou uma pesquisa, capaz de apontar o número de atingidos, mostrando todas as nuances e impacto sobre a categoria. Em um país em que não se cumpre praticamente merda alguma, o que não significa que não se deva realizar o rito da lei, estranho que justamente esse tópico esteja fiel ao que se determina. Quem ganha? Os que oferecem vagas nas instituições de ensino? Alguns interessados em criar dificuldades para vender facilidades? Não sei! Gostaria de saber.

Mesmo não sendo da área, mas enxergando claramente o que se desdobra, meu faro jornalístico leva-me a concluir que existe algo de podre no reino da Dinamarca. Não duvido que o CREF responda com um arrazoado de explicações prontas e defesas indignadas. Mas nada, nadinha, vai convencer os que estão prestes a perder o emprego sem a devida chance para salvá-lo. Que os envolvidos tenham consciência!

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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  • E provisionados que nunca passaram em uma graduação atuam sem fundamento teórico e cientifico algum enquanto pessoas que estudaram passam por esta situação! Colocar os provisionados para estudar eles não querem! Lamentável!!

  • Concordo plenamente com a separação, se vc Rosenwal REALMENTE conhecesse a grade de formação dos profissionais de Educação Física, entenderia que essas medidas são extremamentes importantes pra oferecermos um trabalho de QUALIDADE a nossa população. Sou Estudante de Educação Física, e super apoio as medidas. Além do mais não consigo enteder porque é que até hoje estão nesse mimimi sobre a separação que a muitos anos já vale em outros estados, e só aqui ainda permanece atrasada. Se vc quer atuar em clubes, academias e etc faça bacharel e não licenciatura, afinal o nome já diz tudo.
    E pros mal informados o CREF deu sim a oportunidade dos licenciados se regularizarem, vários colegas já formados foram atrás e concluiram o bacharel. Se informem e veja os dois lados da historia antes de sair dando qualquer opinião.