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O petismo e o discurso que se desmoraliza

                Foi uma festa em Brasília, com direito a tilintar de champanhe Francês, a comemoração do governo federal em torno do sucesso da privatização dos aeroportos. Numa providencial, e ajustável, crise de memória os morubixabas do poder se esquecem da raivosa campanha lançada contra os adversários em 2002, 2006 e 2010. Na base do oportunismo deslavado, Fernando Henrique Cardoso foi chamado até de belzebu. Hoje, sorvendo as delícias palacianas, chegaram à óbvia conclusão que o Estado é inoperante e corrupto. Assim sendo, agem exatamente nos moldes condenados.
                Na Bahia, o petista Jaques Wagner convoca a tropa de elite e manda descer a borracha nos policiais grevistas. Eles até que fizeram por merecer. Quem age nos moldes do banditismo, desafiando com violência a legalidade, merece ser enfrentado a altura. Duro de engolir é que os amotinados da PM aprenderam o método brucutu na cartilha da ala irresponsável do PT. Na versão 2012 não se aceita dialogar com os grevistas. Nem precisa ser um gênio para constatar a hipocrisia quando os papéis se invertem.
                Em Goiás, a mesma turma virulenta, com o eterno deputado Mauro Rubem no papel de senhor de todas as greves, arrasta o Sintego a uma reivindicação com octanagem política. Eu não discuto, anote bem as cassandras da impostura, a legítima reivindicação de salários justos aos professores. Eles ganham mal e merecem um soldo adequado. O que corrói o movimento é o oportunismo e o molde agressivo. Os que interessam radicalizar não separam o necessário do possível.
 
           Será que apenas os mestres que recebem contracheques do Estado é que sufocam salários defasados? Claro que não. O problema é conjuntural. As escaramuças e intransigências que vomitam fogo contra o secretário da Educação de Goiás hoje podem se voltar amanhã em desfavor da prefeitura. E daí?  E daí que não será possível atender exigências num contexto de orçamentos de cobertor curto. Os líderes encolerizados pensaram nisso? Bem que deviam. Os exemplos citados neste artigo comprovam que o sol das dificuldades atinge a todos. Ser estilingue é mais fácil. O duro é ser vidraça.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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