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O Império da Paixão versão tupiniquim

      Quem admira a arte do cinema certamente já se encantou com o filme de Nagisa Oshima, uma história do jovem Toyoji, que se deixa seduzir por Seki, décadas mais velha e casada com Gisaburo, condutor de riquexó. A relação amorosa entre Toyoji e Seki torna-se obsessiva e sexualmente irresistível ao ponto de decidirem assassinar Gisaburo. Uma noite, Seki droga o marido e o casal de amantes decide jogar o cadáver num poço. Três anos depois, vários habitantes da aldeia começam a sonhar com Gisaburo. Seki fica em pânico quando um dia vê o fantasma do marido. Toyoji tenta acalmá-la mas chega à aldeia um inspetor da polícia que desconfia deles e, numa sessão de tortura, consegue a confissão do crime.

      O pensador David Hume alerta que todas as doutrinas, ou atos, que sejam favorecidos por nossas paixões devem ser objetos de suspeita. O Brasil atualmente vive uma tortura típica das paixões que terminam mal. Muito mal. Nas ruas, se percebe claramente opostos que nutrem ódio interminável e contraproducente.

      Adeptos da direita brucutu clamam uma ação dos milicos, como se a doutrina do coturno e da baioneta fosse capaz de resolver os graves problemas nacionais. Pura demência. Uma aventura que o Exército Brasileiro não vai se arriscar novamente. É uma empreitada sem a menor esperança.

A esquerda raivosa, que se une e harmoniza com a ala caviar e  vinho de safra nobre, urra por uma ditadura do proletariado, esquecendo-se que nenhuma experiência nesse sentido deu certo. De propósito, ignoram o fracasso da extinta União Soviética, de Cuba e, mais recentemente, do atoleiro que se meteu a Venezuela.

Ambas as correntes deturpam dados e são desonestas na essência de suas propostas atrasadas. Questões umbilicais, e muita hipocrisia, nutrem ações viscerais. Assim sendo, e como ninguém abre mão, é possível prever um desfecho digno de uma película de triste final. Pena que tudo se passa na vida real, com resultados danosos mesmo após o apagar das luzes. Nesse ritmo, sequer vão sobrar pipocas para comer.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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