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O governo enlouqueceu?

Na somatória de taxas, penduricalhos, bitributação e uma babel de artimanhas para tirar dinheiro da população, o Brasil possui a mais alta carga tributária do planeta, de longe, a mais injusta e mal aplicada. Mas sequer os mais pessimistas poderiam imaginar que os deuses do planalto podiam cavar além do fundo do poço. Segundo informações da equipe econômica à Reuters, é justamente isso que a baronesa do PT autorizou para tentar cumprir a meta de superávit primário deste ano. É de se perguntar: o Governo enlouqueceu?

Qualquer beócio em economia pode constatar que o setor produtivo não suporta uma carga extra de obrigações tributárias. Os que sustentam o esqueleto do poder, com seus 38 Ministérios, mais de 20 mil funcionários com atuação que vai do inócuo ao medíocre, cartões corporativos que pagam de perfume francês a vinhos de safra nobre, carrões de luxo, hotéis cinco estrelas, passagens aéreas e mordomias que garantem boas madrugadas, estão exaustos.

Na prática, é possível enxergar claramente que o Brasil está derretendo. O setor de imóveis, em todas as cidades do País, se engasga na ausência de compradores, no aumento da inadimplência com os inquilinos e a redução na oferta de imóveis novos já afeta profundamente o mercado de trabalho no segmento.

O setor de veículos engatou ponto morto, sendo que centenas de concessionárias preferiram dar uma ré e fechar as portas. A oferta de imóveis destinados aos negócios deixa proprietários em polvorosa porque a demanda caiu drasticamente. Todo esse contexto tem a ver com o peso da carga tributária atual. Imagine o cenário com mais cobrança.

Frio e impassível como convêm a um banqueiro, o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fala em agravar esse verdadeiro confisco como se estivesse descascando uma laranja a ser degustada. Ele sabe, por experiência, que é mais fácil arrancar esforços ou escalpelar a arraia miúda, do que exigir um naco de privação dos coronéis que controlam os destinos do povão.

Imagine se ele toparia, num desses arroubos de independência, exigir da “Presidenta” Dilma, um mínimo de coerência reduzindo o absurdo número de Ministérios, um enxugamento nos gastos do Planalto ou, melhor ainda, questionar a exorbitância nos orçamentos do Congresso Nacional. Deus que o livre de tal ousadia. Cairia antes de o sol raiar no horizonte.

Os únicos a arder sacrifício neste gigante pela própria natureza são os filhos teus que, ao contrário do hino, fogem à luta. Preferem urdir a estrofe que fala em permanecer deitado eternamente em berço esplêndido, ao som de um mar cada vez mais poluído, com a certeza de curtir cada vez mais o céu profundo porque a conta de luz está deixando lares no escuro.

A Pátria amada está deixando de ser idolatrada em prosas e versos. Quem pode, e tem condições de se estruturar, está preferindo terras cujas aves não gorjeiam como as da terrinha, mas que permeia um mínimo de respeito à cidadania. Não dá mais para esconder de ninguém. O governo do lulopetismo engoliu e ultrajou o próprio slogan que os conduziu ao poder. Em tempos idos, a esperança venceu o medo. Hoje, não só impera o medo como desapareceu a esperança.

Qual o remédio? Como diz o ditado, quem pariu Mateus que o embale. Mas no rol das soluções, definitivamente não está o acréscimo na carga tributária. A opção por esse balaio é de uma sordidez ímpar que resvala não só sordidez, mas também ausência de propostas qualificadas. É uma conclusão simplista que não precisava de um especialista. Só imagino uma frase para quem sugere aumento de impostos: “xô, satanás, que este corpo não te pertence.”

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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