Segundo o pensador Lauro de Oliveira Lima, “Tudo está fluindo. O homem está em permanente reconstrução; por isto é livre: liberdade é o direito de transformar-se.” Eleito com um percentual que o coloca no registro histórico dos campeões de votos da capital, Jorge Kajuru sempre levou ao ápice o direito de mudar e, ao mesmo tempo, ser fiel ao seu estilo. As amarras convencionais nunca foram capazes de tolher suas convicções íntimas. Seu estilo impetuoso, visceral, nas teses que defende, lhe rendeu tanto inimigos quanto amigos poderosos. Vêm com o território.
Até as poluídas pedras do malcheiroso rio Meia Ponte sabem de sua quizília com o governador Marconi Perillo. O imbróglio é capaz de render discussões que varam a madrugada. Mas entendo que, hoje, ele merece ser analisado com uma visão que vai além desse tópico já desgastado.
Comunicador, com uma extraordinária capacidade de entender as nuances do público como poucos que atuam no segmento, Kajuru poderá mudar as péssimas práticas da Câmara Municipal nos conhecidos conchavos de bastidores. Será um osso duro de roer para os que são acostumados ao jogo de criar dificuldades para vender facilidades. Afirmou, com todas as letras, que exercerá o dever de fiscalizar ações.
Que não se iludam os adeptos da ética flexível e umbilical. O homem já provou que bens materiais não são grilhões que lhe aprisionam. Não se trata, como é de costume, de uma retórica de palanque. É um fato. Essa característica, e considerando que ele vai estar no olho do furacão, pode transformar a Câmara de Vereadores. De que forma? Inibindo as espertezas nos manjados golpes ao contribuinte.
Para alguns, ele será apenas uma andorinha (mas que andorinha!). Colocar a boca no trombone é uma especialidade do Kajuru. Estou convicto de que muitos vão pensar duas vezes antes de ajuizar truques políticos com o Jorge examinando os detalhes, disposto a revelar os podres. Sua habilidade profissional o torna perfeito para a empreitada que está propondo realizar.
Sofrimentos pessoais, agruras que acompanham o ser humano e mudanças que fizeram parte de sua trajetória tonificaram um Kajuru com maturidade crescente. Suas declarações pós-eleição demonstram isso. O efeito Kajuru já preocupa. Quem entrou devendo favores não republicanos que se cuide. Tudo indica que vai ser mais difícil cumprir promessas lesivas ao contribuinte. Anotem.
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