Artigos

O efeito João Campos

     Acuado pelas águas do imbróglio Cachoeira, o governador Marconi Perillo não está tendo gás suficiente para enfrentar a refrega nas eleições municipais. Sem muito esforço, a oposição notou que a operação conta-gotas, com vazamentos premeditados que sangraram o líder do PSDB, seria capaz de drenar as energias do chefe do governo e facilitar a reeleição de Paulo Garcia.

 As pesquisas comprovam que acertaram na mosca. Inicialmente inexpressivo, e durante meses patinando com apenas um dígito nas intenções de votos, Garcia deixou de ser apenas uma sombra de Íris Rezende para se transformar numa estrela com brilho crescente. Na atual conjuntura dos planetas, até o mais pessimista dos oráculos o considera favorito inquestionável. O candidato do governador, o aguerrido Leonardo Vilela, – mesmo com os méritos que possui – não empolga. De forma injusta ou merecida, pairam sobre ele dúvidas que se arrastam na enxurrada de denúncias com cheiro de coisa mal ajambrada.
    Seria o caso de jogar a toalha e entregar a mais preciosa joia do pleito à dobradinha PT-PMDB? Nem tanto. O tabuleiro da política é um jogo de xadrez com amplas possibilidades. Uma peça no lugar acertado, com apoio de valorosos companheiros de retaguarda, pode significar uma reviravolta com xeque-mate inesperado. Na análise de vários especialistas, corroborada pelo receio da oposição, o Deputado João Campos seria o elixir mágico capaz de turbinar a disputa e virar o jogo. Ele tem um sopro especial com sintonia fácil junto ao eleitor. Homem de hábitos simples, ética inabalável e opiniões contundentes, mantém o respeito até dos adversários. O paradoxo de suas origens de atuação pública, pastor evangélico e delegado de polícia, acaba sendo uma força que aglutina importantes correntes de admiração. João Campos consegue o apreço mesmo entre facções que não se bicam.



   Com exceção de correntes que só acham bonito o que é espelho, a maioria dos religiosos de boa linhagem o consideram um cristão autêntico com posições firmes em defesa das famílias goianas. Uma característica que permite boa estratégia de marketing, visto que a população procura portos nos quais possa atracar com segurança. No espectro das Polícias Civil e Militar, com um potencial de votos expressivo, é um parlamentar que inspira confiança. Além de tudo isso, já provou que é bom de voto.
     No caldeirão que ferve os interesses da política, possui um defeito quase insanável. Cidadão de classe média alta, mas sem heranças ou sobrenome famoso, não possui grana, dotes ou gorduras extras para bancar um pleito majoritário. Sua campanha para deputado foi de recursos tão restritos que o comitê de apoio sequer tinha água. Contudo, esse “defeito” nos tempos atuais se transforma em qualidade.

   Com tudo isso, pode anotar, os cérebros da oposição temem João Campos, tanto que já realizaram até uma espécie de antivírus para minar sua candidatura. O interessante é que o PSDB e aliados não perceberam essa avenida de oportunidades. Ou será que sabem de tudo isso fingindo de morto para ressuscitar na hora certa? Só o tempo dirá.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

Deixe seu Comentário

Clique aqui para comentar

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.