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O doce perfume de uma punição médica

bride applying perfume on her wrist

Cumprindo um rito previsto nas vísceras do CREMEGO (Conselho Regional de Medicina de Goiás), a entidade publicou, nas páginas do jornal O Popular do dia 16/08/2016, um visível anúncio informando à população sobre a suspensão do exercício profissional, por 30 dias, do Dr. Reginaldo Antônio Fernandes. O referido texto avisa que ele infringiu os artigos 42,57,60,65,98,99 e 124 e ainda os de número 14,32,35,40,68, 69 e 102 do Código de Ética Médica. Evidente que a esmagadora maioria dos leitores não se deu a pachorra de investigar o que está implícito nos 14 artigos citados. É um porre. No entanto, no mundo sempre tem um cretino para isso, me chamou a atenção duas equações importantes: a extensa citação de artigos infringidos e a leve punição de quatro semanas a serem curtidas como férias merecidas. Teria o Dr. (no corpo da publicação ele é citado como profissional sem o “Dr.”) escorregado numa casca de banana e, com isso, pisado no dedão de um paciente? Ato contínuo xingado em voz alta? Não pode ser algo sério. Imagine!! Se fosse importante, teria sido afastado por mais tempo ou banido da corporação. Fui pesquisar. Fiquei pasmo. É de tremer. Apenas o artigo 40: “Aproveitar-se de situações decorrentes da relação médico-paciente para obter vantagem física, emocional, financeira ou de qualquer outra natureza” me pareceu grave o suficiente para uma reprimenda mais contundente. Tem mais. O artigo 42: “abreviar a vida do paciente ainda que a pedido deste” não é eutanásia?? Trinta dias? Artigos 57 e 60: “Deixar de denunciar atos que contrariem postulados éticos” e “Permitir a inclusão de nomes de profissionais que participaram de atos médicos para efeito de cobrança de honorários”. Isso não seria falcatrua e roubo? Trinta dias?? Quer mais? Artigo 14: “Praticar atos médicos proibidos pela legislação”, Artigo 48: “Deixar de atuar como isenção como perito, como ultrapassar os limites de sua competência”. Um horror. Trinta dias?? Artigo 65: “ Cobrar honorários de pacientes indevidamente”. Trinta dias??

Será que tem uma explicação? O médico em questão foi injustiçado? Se for o caso, tem o direito de processar o CRM exigindo valores milionários. Tais brincando. É muito sério. Sendo verdade, o que me parece crível dada a seriedade do CREMEGO, assusta saber que tamanha falta de ética seja levada no perfume de uma punição. Após 30 dias o doutor se emenda? Quem foi lesado por ele que procure a justiça comum e estamos conversados? Pode ser.

Sei que não é fácil punir os próprios colegas. Tanto que são poucas a profissões a darem efeito na empreitada. Reconheço que, na medicina, o imbróglio é ainda pior. Mas não deixa de ser um agastamento público que derrama apreensões. Sugestão de um leigo implicante: sendo a punição tão branda, frente aos inúmeros delitos, chama o sujeito na regulagem internamente.

Alardear 30 dias. Apenas 30 dias. É dar uma clara demonstração que o “crime” compensa. Estou errado? Devo estar. Acho melhor consultar um bom médico para ver se tem cura. Felizmente eles, os que demonstram excelência, são maioria.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

3 Comentários

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  • Caro Rosenwal Ferreira,
    Meu nome é Reginaldo Antonio Fernandes, protagonista da sua crônica acima. Sempre um admirador anônimo de suas publicações e também na TV. Sinceramente o considero o mais inteligente jornalista de Goiás , juntamente com Batista Custódio . Incrível que pareça , esta semana que tomei conhecimento da sua crônica e da publicação do Cremego, nas redes sociais, enlameando meu nome. Antes desta publicação de censura de suspensão de 30 dias, já haviam cassado meu diploma (ainda tinha recursos no CFM) .Foram duas penas de cassação ! Motivos : acusação da soc.goiana Urologia contra a Boston Medical Group,da qual eu era diretor de Goiânia e Brasília : tudo fruto de uma falsa vistoria do CRM,a qual não assinei.motivo principal: inveja. Fui absolvido por unanimidade no TRF 1@ Região. Saí de Goiânia , era o que eles queriam, para evitar perseguição de dois filhos médicos que trabalham aí. Fiquei 2anos isolados na fazenda, conversando com os pássaros , procurando entender a maldade de pessoas que nem conhecia. Único médico cassado, sem nenhuma queixa de paciente . Em 1.995 eu atendia na área de Obesidade, o CRM-go, mandou, através de um delegado corrupto(o escrivão dele me contou tinha recebido $10.000,00 médicos do conselho) me prender em uma sala de tortura, dizendo para que eu mudasse de Goiânia, dando choques elétricos no pescoço (põe um toalha molhada),mesmo sabendo que eu militar da reserva ,oficial da Marinha do Brasil. O presidente CRM, ligou na delegacia , perguntando se eu estava preso e se a imprensa já tinha chegado(o escrivão me contou). Graças a Deus, a Raquel Azeredo e sua filha eram minhas pacientea e subiu em uma banqueta, gritando para os outros jornalistas não publicarem nada, pois o fato só poderia ser uma “armação” de médicos , por inveja porque minha clinica na Alameda das Rosas era um verdadeira romaria, atendendo das 5:30hs até 23:00hs , de segunda a sábado. Dois dias depois os jornais publicaram a notícia , mas já me defendendo. À noite, o SBT,soltou em rede nacional,jornal do Boris Casoy, sem me defender. O delegado me acusou de traficante de drogas, art. 12 (sem fiança). Dois dias depois recebi habeas corpus e fui liberado. Me dirigi as mídias, jornais e ao SBT para filmasse novamente e que eu estava trabalhando normalmente. O diretor, na época , José Eustáquio ,respondeu que não tinha poder para soltar em rede nacional. Só saiu no Boris , porque o presidente CRM-Go , telefonou para a produção do Silvio Santos para acabar com o meu nome. Enganaram, fiquei mais famoso! 3 dias depois a secretária do Superitendente da Vigilância Sanitária (Jose Decio) , um dos articuladores da armação , me ligou, dizendo , que o delegado , estava lá e que teria passado na porta da minha clinica e notou que tinha mais clientes do que antes e iria acabar comigo naquele momento. Fechei a clinica e fui até a Assemblei Legislativa pedir socorro, a ameaça agora era de morte,porque vários paciente que eram deputados e amigos de Morrinhos(helenês Cândido , Aluzair Rosa, Rogério Troncoso, Abdul Sebba e até o Secretário da Segurança , Heuler Cruvinel. A partir daí, a Vigilância fazia fiscalização na minha clinica, multando com valores altos por motivos fúteis (torneira pingando,papel higiênico inadequado etc. Não conseguindo fechar a clinica , partiram para a chantagem financeira. Um certo dia recebi um telefonema do advogado da Vigilância , solicitando um encontro em um bar as 22:00hs , pois tinha uma proposta do Superitendente excelente. Fui, com um segurança , ao encontro. O advogado, Dr. Wagner, disse que: se eu comprasse uma farmácia de manipulação da esposa do José Decio, médica Dra. Elizabete , nunca mais a Vigilância me perturbaria . Pedi a uma cunhada que comprasse e gravei toda a negociação é sempre perguntando à Dra e ao advogado: nunca mais vocês perturbarão ? Eles,respondendo, fique tranquilo; e eu gravando . A Farmacia valia $ 5.000,00 pagamos $25.000,00 reais. Depois apareceram dívidas de $35.000,00 com INSS e processos trabalhistas de ex-funcionários . E aí trabalhei tranquilo até começar a trabalhar na Boston Medical Groupe.Só tinha uma vaga para trabalhar em Goiânia . Foram fazer entrevista, na suíte presidencial no Castros Hotel, 61 urologistas e fui o escolhido. Aí começou a inveja dos colegas. Bom, Rosenwal, desculpe-me o desabafo e você é a primeira pessoa pública , a não ser, o juiz que me absolveu depois de dez anos de audiências , ouvir testemunhas etc. Aí você pergunta: porque você não entrou com um processo de indenização por injúria, calúnia etc. . Na época, Dr. João Neder, meu advogado, queria e eu disse NÃO : não nasci para fazer mal nem para os meus inimigos, tenho pena das pessoas que me fazem mal. Dinheiro é consequência do meu trabalho e não objetivo. Tenho uma família maravilhosa, treis filhos, um veterinário e dois médicos , única esposa há 42anos. De bens materiais tenho tudo que sonhei, uma clinica na Av. Portugal,(já doei para os filhos, nora e genro , Tam bem são médicos , uma casa boa e um sítio à beira do Rio dos Patos em Goianesia. Depois de treis anos recluso , com meu violão, resolvi voltar às minhas atividades médicas em Brasília , na Lifemen, concorrente da Boston, inspirado , nascimento de treis netos maravilhosos. Resumindo: o delegado que me fez mal, morreu queimado no acidente de helicóptero , ex- presidente do CRM-hGo tem um filho viciado em drogas há 30 anos, que lhe dá muito trabalho por fim o conselheiro que pediu a minha cassação duas vezes, sofreu um AVC há 8 meses, permanecendo 40 dias na UTI é somente há 2 meses começou a falar e andar. Chega, não é? Agora vem o principal: peço você , para que eu continue seu fã, nunca publique ou fale para alguém , toda minha verdade. Deus está comigo, não quero vingança com ninguém . Desculpe este “jornal”, mas confio em você

      • Boa noite. Sabendo que você é uma pessoa extremamente ocupada e uma atividade social intensa, prefiro fornecer o meu E-mail e o celular (watzap) (62) 98117-7320 estou a sua disposição todos os dias à noite . Fui amigo de uma colega sua, viúva de um conterrâneo meu, Wadson Pinto, Carmen Jugman.