Uma definição clássica de palavra dilema, encontrada na internet, afirma tratar-se de um raciocínio que parte de premissas contraditórias e mutuamente excludentes, mas que paradoxalmente terminam por fundamentar uma mesma conclusão. Em um dilema, ocorre a necessidade de uma escolha entre alternativas opostas A e B, que resultará em uma conclusão ou consequência C, que deriva necessariamente tanto de A quanto de B.
Ao se candidatar para assumir as rédeas da OAB de Goiás, Lúcio Flávio se posicionou contra companheiros que administraram a ordem, com prós e contras, durante décadas. O resultado das eleições, em uma natural consequência do pleito, excluiu o grupo perdedor. Cumprindo o cerne de suas promessas de campanha, o professor se negou a transformar a OAB numa ponta de lança ideológica, focou na recuperação administrativa e no fortalecimento de importantes itens para o exercício da advocacia.
Encarou com naturalidade e elegância a oposição ferrenha e incansável dos adversários, que não lhe deram um minuto de sossego e teve que conviver com estresse adicional do fogo amigo. Em meio a inúmeras dificuldades, incluindo um cenário da economia nacional em desalinho, dobrou a carga de esforço e de paciência. As escolhas não foram fáceis e nunca houve margem para erros e indecisões. Ao contrariar interesses, com um novo formato administrativo, mergulhou num dilema. Para não trair a própria consciência, e dos que entenderam a essência de sua proposta, não teve como atender pleitos improdutivos de A ou B.
Informações confiáveis demonstram que ele tem se empenhado em corrigir distorções, não importa a origem. Como líder, responsável pelo sucesso ou fracasso da empreitada, concluiu pela substituição de alguns profissionais. Uma prerrogativa natural com respaldo nos estatutos da entidade. Não me parece razoável que advogados cultos e inteligentes, que foram convidados a ceder suas funções, se dediquem a desmerecer a liturgia do cargo, seja com gravações que revelam diálogos na intimidade da OAB, seja com retaliações danosas que nada contribuem para valorizar o segmento da advocacia. As picuinhas, egoísmo e escaramuças cotidianas fazem parte da politica nacional e devem ser abolidas numa agremiação que detém a confiança dos goianos. Diálogo honesto, ética e bom senso são características que devem nortear o relacionamento entre os advogados. O momento requer bom discernimento e união. Caso contrário, todos perdem.
Rosenwal Ferreira
Jornalista, Publicitário e Terapeuta Transpessoal
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