Economia

O bitcoin despencou, e o planeta agradece

O bitcoin derreteu. A moeda virtual, que chegou a valer US$ 64 mil em abril, encerrou a semana cotada a US$ 37,3 mil, uma queda de 42% desde seu auge. Se o comportamento do ativo nas últimas semanas decepciona e preocupa investidores e “mineradores”, ambientalistas comemoram.

Data center na Rússia que fornece serviços para ‘minas’ de criptomoedasMAXIM SHEMETOV/REUTERS

Há alguns anos, o bitcoin e uma grande parte das criptomoedas passaram a ser apontados como vilões do meio ambiente. A nocividade das moedas ganhou os holofotes nos últimos dias após o bilionário Elon Musk afirmar que sua montadora de veículos elétricos, a Tesla, não aceitaria mais bitcoin como forma de pagamento devido ao potencial danoso da moeda. No começo do ano, porém, a empresa havia anunciado ter investido US$ 1,5 bilhão em bitcoin, o que pressionou o preço do ativo para cima.

VALOR DO BITCOIN (EM DÓLARES)

O dano causado por criptomoedas ao meio ambiente ocorre porque elas demandam um grande volume de energia para existir. Um indicador desenvolvido pela Universidade de Cambridge aponta que apenas o bitcoin consome um volume de energia semelhante ao da Suécia ou ao da Argentina.

Segundo outro indicador – o Bitcoin Energy Consumption Index, ou índice de consumo de energia do bitcoin –, o gasto estaria no mesmo patamar do da Holanda. Os dois cálculos, porém, ainda subestimam o consumo total de energia, segundo Alex de Vries, cientista de dados e criador desse segundo indicador.

“Eles dão um peso maior a máquinas novas usadas no processo de ‘mineração’ e subestimam as máquinas que tendem a ser menos eficientes, por exemplo. Mas é bom termos uma estimativa para nos guiar, ainda que seja conservadora”, afirma. Vries lembra que os cálculos também são incapazes de contabilizar os roubos de energia. No Brasil mesmo, há casos de “mineração” de criptomoeda usando gato de energia elétrica.

RANKING DE CONSUMO DE ENERGIA

A produção de bitcoins é feita por supercomputadores que realizam cálculos matemáticos de alta complexidade em milésimos de segundos. Esses computadores estão ligados a uma espécie de rede paralela na web. Tudo isso foi desenvolvido em 2009 por um programador anônimo de computação. Ele estabeleceu em seus códigos computadorizados que, a cada dez minutos, o software da bitcoin lança uma equação matemática diferente na internet. O computador que desvendar primeiro a fórmula é recompensado com um lote de 6,25 bitcoins. Hoje, um lote desses vale US$ 233 mil, ou R$ 1,2 milhão.

Como os “mineradores” são pagos em bitcoin, quanto maior a cotação da moeda, maior a probabilidade de alguém investir em equipamentos que decodificam as equações matemáticas. “Há um incentivo muito grande para se adicionar máquinas à rede. Baseado no preço (do bitcoin no início do mês, quando estava cotado a US$ 55 mil), o consumo de energia provavelmente dobrará no próximo ano”, acrescenta Vries. Por isso, o alívio entre ambientalistas quando o preço do bitcoin cai.

Fonte: Estadão

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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