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Masculinidade ameaçada

        Atualmente, e por múltiplas razões, o termo macho se presta a análises que acabam gerando resultados controversos. Em franca decadência, o derivativo “machão” se transformou em símbolo de truculência e ignorância. Faz sentido. O termo acabou se tornando ícone da ausência de respeito pelos direitos da mulher. O que me incomoda, numa cuidadosa análise que precisa ser bem explicada, é a ameaça ao lado positivo da masculinidade que está sendo boicotada em prejuízo aos bons relacionamentos sociais.

     Até as feministas mais exacerbadas devem concordar que existe um necessário ponto de equilíbrio, estabelecendo claramente a posição do macho nas relações cotidianas. O homem que leva a sério sua responsabilidade se coloca como provedor natural, age com instintos básicos de proteção e se ergue firme na defesa de sua família. Frente aos obstáculos, desafios e aflições, não recua do combate atenuando o sofrimento dos que se encontram sob seu guarda-chuva moral.

   Na qualidade de guardião voluntário, chama para si deveres e obrigações com a força que se ergue necessária. Se a ocasião exige trabalho, aceita que sua cota seja a mais reforçada. Se o momento demanda equilíbrio, mostra-se à altura da requisição imposta. Em momentos que falta o alimento, entende como natural que receba a porção menos generosa.

    O problema é que estamos drenando estas necessárias reações de masculinidade. Os machos do século 21 se tornaram frouxos na essência que interessa. Se fundiram ora no amalgama do egoísmo, ora na inércia das ações. Muito comum, hoje, a perpetuação do eterno filhinho da mamãe que espera ser paparicado, mimado nos detalhes cotidianos, bebericando cerveja no botecos enquanto a esposa cuida da prole, dos afazeres domésticos, lava, passa sua roupa e o sujeito ainda acha margem para reclamar.

      Ao contrário do que se analisa no verniz das constatações, a aparente proliferação de homossexuais nada tem a ver com, digamos assim, crepúsculo dos machos. Os que se revelam à procura do mesmo sexo, agem certo abandonando o fingimento aproveitando que a sociedade, finalmente, entendeu que sofrer em segredo nunca foi rima nem solução. Ao encontrar seus pares, até estes casais se adaptam com um deles assumindo qualificações que exigem mais tutano e firmeza.

     O que o segmento feminino reclama, com justa razão, é que minguam os companheiros que merecem este nome. A falta de homem no mercado vai além da mera estatística populacional, a aridez se estabelece no comprometimento, na capacidade de ser macho ao ponto de saber quando ir à caça  na prática de ações boas e produtivas.

    Em nosso próprio meio, vejo a carência de hombridade. Causa-me tristeza perceber que minguam os cidadãos a valorizar a palavra no “fio do bigode”, a cumprir acordos para honrar o que foi empenhado, gente confiável que não se vangloria em agir nas sombras, mentir, criar tricas e futricas para atingir objetivos escusos.

      A masculinidade, nos termos expostos, está  definitivamente ameaçada. Pena que o estilo brucutu, arranco a faca, mato, arrebento, dou tiros a granel, meu nome é violência, faz superlotar as miseráveis cadeias brasileiras. Algo que nunca foi e nunca será prova de masculinidade, apenas comprova ignorância.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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