Inebriado com o próprio engodo, Lula subiu nos tamancos e se afogou em delírios do ego dinossauro ao falar com blogueiros escolhidos para ouvir, e não questionar, seu rol de abobrinhas. Em voz embargada, babando a importância de quem se considera capaz de enganar a todos por tempo indeterminado, arrotou a seguinte pérola: “é uma babaquice construir metrôs com destino aos estádios, brasileiro vai de qualquer jeito, a pé, de bicicleta, de ônibus, no lombo de burro.” Ou seja, para ele, e os defensores do Lulopetismo, somos uma sub-raça que não merece o conforto do mundo civilizado.
É assim que Lula, o ex-metalúrgico que há décadas curte os mimos de hotéis cinco estrelas, jatinhos particulares, vinhos nobres com valores acima de mil dólares a garrafa, veículos de luxo e guarda costas à disposição, enxerga o povão utilizado como massa de manobra para deter o poder.
Sabe, como poucos, que basta manter a ralé sob rédeas curtas, na base de esmolas que perpetuam a pobreza, para garantir uma das mais efetivas manobras do chamado “voto de cabresto” entre as nações com regime considerado democrático. Mas, hoje, Lula afronta o que se conquistou a duras penas nos avanços de uma democracia legítima.
Conseguir aparelhar o Estado brasileiro deturpando a independência entre os poderes e, pior ainda, possibilitou que o dinheiro público, aos bilhões, fosse utilizado de forma secreta para atender questões umbilicais que os brasileiros estão proibidos de saber.
O Senador Álvaro Dias tenta, por exemplo, que sejam divulgados todos os detalhes dos empréstimos secretos do BNDES a Cuba, Angola e outros países. Tudo realizado em surdina, como se o dinheiro nosso estivesse disponível, sem prestar contas adequadamente, a orgias particulares.
Sabe-se que os tais empréstimos utilizam grandes empreiteiras transnacionais brasileiras, como intermediárias, e as manobras podem revelar uma das maiores fontes de desvio público da era moderna. Se não for isso, o que temem os dirigentes petistas? O “segredo” nos tais empréstimos é um ato que atenta à moralidade e a transparência pública e trata-se de uma afronta à Constituição. Ora, chega a ser vexatório, dá nojo pensar que transações bilionárias sejam lacradas numa caixa preta sequer acessível aos senadores da República.
Revolta saber que o Governo brasileiro utiliza dinheiro dos impostos para construção de um porto em Cuba, para o metrô de Caracas, para construção de hidroelétrica na Venezuela e obras em Países com regimes considerados ditatoriais, tudo sob um sigilo inexplicável.
O artigo 49 da Constituição Federal deixa claro que é da competência exclusiva do Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. E está sendo desrespeitado.
Mas tudo bem. Somos um “zé povinho” a se contentar chegando nos estádios de bicicleta ou lombo de burro. Sem essa de questionar empréstimos bilionários realizados em esgotos secretos e inconfessáveis. Nos basta torcer pela seleção, tomar pinga e comer todos os dias. Apenas isso. Para os reis do pedaço, estamos reclamando de barriga cheia.
Rosenwal Ferreira, jornalista e publicitário
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Twitter: @Rosenwalf
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