Em se tratando de reconhecer a importância das panelas como excelente ícone para sensibilizar os eleitores, o governador Marconi Perillo saiu na frente. O principal argumento para vencer o, até então, imbatível Iris Rezende foi prometer acabar com as “panelinhas” encasteladas no governo. Na base da gozação, o ator Pedro Bismarck, incorporando o Nerso da Capitinga, abusava das conotações pejorativas com o nome do utensílio doméstico. Após o resultado das urnas, ninguém acredita que grupelhos e igrejinhas deixaram de existir. Apenas mudaram de endereço.
Com o PT amargando, mais uma vez na mixórdia ao sul do equador, o ciclo “salve-se quem puder”, as panelas estão em cotação máxima. Como é fácil de pegar o cabo de uma delas a poucos metros da sala de TV, as famílias estão usando o objeto como bumbo improvisado para mostrar insatisfação com o governo de plantão. O efeito é devastador.
Mas o que importa mesmo é saber se alguma coisa vai mudar no sopão dos que tiram proveito do País. Reclamar, danificando uma importante peça de cozinhar, é confortável, prático e inócuo.
São necessárias ações que vão além do gesto simbólico de ruídos na varanda. É preciso ir às ruas com uma visão clara dos problemas nacionais, exigindo reformas que realmente modifiquem o cardápio.
Se for para manter o tempero da mesmice, com vícios idênticos e a turma de sempre ditando regras que lhes interessa, é melhor ficar sentado decidindo o futuro pelo controle remoto e depois reclamar que este País tem uma safra de políticos que não prestam. Somos nós que os colocamos e os mantemos no poder. Simples assim.
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