A Lei Seca em Goiás deve ter um impacto significativo para diminuir o tempo de exposição das pessoas ao novo coronavírus em estabelecimentos públicos. Esta é a avaliação da médica infectologista Letícia Aires. O novo decreto estadual, já em vigor, restringe comércio e consumo de bebidas alcoólicas em locais de uso público ou coletivo, entre 22h e 6h, em todo território goiano. “É preciso realmente diminuir a frequência nos estabelecimentos”, afirma a especialista.
Os bares e restaurantes, principais impactados, estão entre os locais apontados pela infectologista como os que realmente merecem “maior atenção”. Segundo a especialista, tais empreendimentos ocasionam diversos fatores que contribuem para o aumento da transmissibilidade da covid-19. “Muitos estabelecimentos são fechados. Além disso, as pessoas estão nesses espaços para comer e beber, o que pode ser prejudicial por não utilizarem a máscara nesses momentos. A proximidade entre os clientes também é fator de risco”, aponta.
Letícia Aires, entretanto, recomenda medidas mais restritivas para se ter um impacto significativo na contenção da covid-19. “O ideal seria unir outras regras, medidas mais restritivas. Um exemplo, além da redução na capacidade de ocupação, seria colocar barreiras de acrílico entre as mesas. É recomendável 30% ou no máximo até 50% da ocupação dentro destes locais, porque assim mantém-se o distanciamento necessário para evitar o contágio. Isso ajudará a barrar a transmissão”, destaca.
Cenário
De acordo com o secretário estadual da Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, “nenhuma medida drástica é descartada, mas por enquanto não será tomada”. Segundo o titular da pasta, será avaliado o cenário, e a secretaria irá acompanhá-lo para decidir novas medidas. “Se a situação piorar em relação a contaminação há possibilidade de regras mais restritivas”, afirma.
Alexandrino aponta ainda que no início da pandemia a situação era diferente, pois as regras mais rígidas foram necessárias para a ampliação de leitos. No entanto, ele ressalta que as estruturas dos hospitais têm um limite. “Procuramos conciliar saúde e economia. Vidas precisam ser poupadas”, frisa.
Fiscalização
Para garantir a eficácia da Lei Seca, será feita a fiscalização no estado. De acordo com o governador Ronaldo Caiado, as Polícias Militar e Civil irão auxiliar os fiscais, com monitoramento dos estabelecimentos que descumprirem a nova medida. Em caso de descumprimento, os bares que venderem bebida alcoólica no horário com a restrição serão multados e, segundo Caiado, podem inclusive perder seu alvará de funcionamento.
Fonte: A Redação
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