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Lá vem o Sarney e Cia. Ltda. Subindo a ladeira

Na esteira do maluco que assassinou crianças no Rio de Janeiro, surgem outras mentes doentias dispostas a tirar proveito da tragédia. São inúmeros os parlamentares, em diversos estados da federação, a estocar leis dispostas a exigir detector de metais nas escolas brasileiras. Uma bobagem que só engrossaria o caldo da corrupção no momento de comprar as engenhocas. Todos nós sabemos que não teriam técnicos suficientes para dar a manutenção adequada e, em poucos meses, a caríssima geringonça se transformaria em cabide de vassouras ou coisa parecida.

Outro besteirol que se ajeita nos bastidores tem o aval de José Sarney. Justo ele que, na forma indireta de suas estripulias, contribuiu para a morte de centenas de crianças. Ele não puxou o gatilho de um 38 cano longo, claro. Não é seu estilo. Porém, sugou os cofres públicos tirando verbas preciosas de hospitais, merendas escolares, segurança pública e outro benefícios capazes de salvar vidas. Quem duvida dessa informação basta checar detalhes no livro “Honráveis Bandidos” do escritor Palmério Dória. Voltando a ideia de Sarney, ele pretende retornar com o plebiscito do desarmamento.

Oportunista diplomado, o capo di tutti i capi do Maranhão só pretende jogar para a plateia. Ele sabe que, no caso em questão, culpar as armas é o mesmo que tirar todos os automóveis de circulação para eliminar acidentes de trânsito. Num país em que o banditismo se arma até os dentes, impedir que o cidadão possa manter uma arma, de forma legítima, para defender o seu lar é um contrassenso. A nação já opinou a esse respeito.

Para defender sua teoria, em momento de profundo pesar e com as emoções da nação à flor da pele, José de todas as manobras cita Rui Barbosa: “Só quem não muda são as pedras ou do bem para o mal ou do mal para pior”. O Águia de Haia não conheceu José Sarney e não era tão versado em pedras. Até a natureza das rochas se modifica com a lapidação, com a erosão das águas e com o espectro da luz. José Sarney, esse sim, não modifica nunca.

O homem se eterniza na politiquice improdutiva. Ao invés de aproveitar a catarse coletiva, para tentar impor uma proibição bem a estilo dos ditadores, devia gastar suas energias modificando as velhas práticas políticas que destroem a nação. Essas que corroem o dinheiro de contribuinte. Por que não restringir o fórum privilegiado dos parlamentares apenas ao exercício das atividades inerentes ao parlamento? Que tal José Sarney propor uma correção constitucional validando a Lei da Ficha Limpa ao pleito de 2010? Milhões de brasileiros iriam aderir a essa iniciativa. Mas isso nem pensar.

O bom mesmo é pegar carona numa insanidade para diminuir ainda mais a força da população. Que culpa dos Sarneys e Cia. Ltda. já está à mercê das quadrilhas. Mas o chefão pouco se lixa. Ele mantém seguranças particulares e paira acima do pai de família comum. É um semideus na terra dos impostos injustos e das tragédias cotidianas. Só rezando.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário

Twitter: @rosenwalf

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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