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Joga bosta na Rotam

Antes que os apressados imaginem que o título acima é um desrespeito ao leitor ou um convite a realizar tamanho desatino contra os Policiais Militares, é bom explicar, bate-pronto, que minha pretensão é relembrar o refrão de Chico Buarque, na música Geni e o Zepelin. Na magnífica crítica dos versos, a personagem recebe súplicas para salvar a cidade e, logo após a façanha, todos se voltam contra ela na base do “joga bosta na Geni, ela é feita para apanhar, ela é boa de cuspir”.

A título de reflexão, e para realizar um contraponto que não está sendo executado pela mídia poderosa, a Rotam está sofrendo as agruras de ser uma “Geni de Fardas”. Quando as falanges criminosas ameaçam controlar a cidade, os níveis de assassinato amedrontam e bandidos perigosos se tornam poderosos; o governador e o prefeito de joelhos, o bispo de olhos vermelhos e o banqueiro com um milhão clamam: “Vai Rotam, mata eles, você é feita para enfrentar, você é boa de briga, bendita Rotam”

Se alguns membros erram, joga bosta em toda Rotam. Todos matam. Devem ser eliminados, destruídos. Abaixo a farda. São criminosos. Nem precisa ouvir o lado deles. Quanta hipocrisia. Basta a criminalidade atingir níveis alarmantes –como já está ocorrendo –, para o massacre da imprensa se inverter. Logo, logo, vão exigir ações firmes da PM.

Abomino e não defendo a ideia infantil da Rotam se exibir em frente à Organização Jaime Câmara (OJC). Foi uma bobice pueril. Nada justifica o que aconteceu. Contudo, será que alguém se prontificou a ouvir as razões dos envolvidos? Teve algum repórter que se preocupou em conhecer os motivos para o desatino? Ou não interessa o outro lado? São ponderações necessárias. O contraditório, em todos os níveis, demonstra exercício democrático.

Não tenho dúvidas de que é necessário passar tudo a limpo. Doa em quem doer. Esse crivo de ética deve incluir amplos segmentos da sociedade. Com destaque a setores que se acham acima das investigações. Que a Polícia Federal não recue um milímetro examinando atos de improbidade. Incluindo em suas fiscalizações os que abarrotam cofres particulares à custa do contribuinte.

ERRAMOS

No arremate, o digno colega jornalista, Aguinaldo Faria, nos informou que, ao contrário do que foi amplamente noticiado pela OJC, o Secretário de Segurança Pública, João Furtado de Mendonça Neto, não proibiu a PM de agir em relação aos caça-níqueis. Sendo assim, erramos em incluir seu nome no recente artigo: “As autoridades enlouqueceram?”. Pena que o desmentido, de uma notícia em ampla manchete, foi publicado timidamente na seção de Cartas do Leitor, fato que me levou ao erro digno de se corrigido. Minhas desculpas ao Secretário.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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