Após um tempo de afastamento das exposições individuais, Ênio Porto volta a Goiânia com nova exposição. O artista, com mais de 40 anos de profissão e inserido nas maiores conquistas de expressão pós-moderna, traz à capital a Outsider, com 70 peças que ficarão expostas a partir desta terça-feira (13) até 4 de julho, no Grande Salão da Vila Cultural Cora Coralina, Setor Central.
Poéticas, as obras da Outsider têm acrílico sobre tela, pistola e spray sobre papel e materiais ordinários, desenhos de técnica mista, pintura a óleo em cerâmica e esculturas em pedra sabão. A vernissage, com presença do artista, será realizada no primeiro dia de exposição, às 20h, no próprio salão cultural.
Ênio Porto retrata temas dos dias atuais, como violência, espiritualidade, vidas em outro mundo, física quântica, cosmologia, arte rupestre e perda qualitativa da natureza e da consciência humanas com um olhar contemporâneo. Procura extrair a beleza de tudo o que vê. “Pintura é como um livro, você encontra um mundo de signos e representações. Vivemos entre o caos e o horror. Minha pintura parece ser violenta, mas eu tento tirar a beleza desse mundo caótico e assustador”, afirma.
O médico, escritor e crítico de artes Carlos Fernando Filgueiras de Magalhães escreveu que “Os trabalhos de Ênio mostram que o quadro deixa de ser mero objeto para transformar-se num código de leitura visual, e é aí onde está uma de suas mais apaixonantes contribuições”. Ênio visa imprimir nas telas um trabalho experimentalista criativo e ousado, porém com abstratos que traduzem equilíbrio estético. Há cores vivas e fortes, formas geométricas e figuras humanas e animais, em que o artista assume compromisso não apenas com a estética, mas com o sentido da estética.
Premiações
Em uma carreira que passa de quatro décadas, Ênio foi premiado, nacional e internacionalmente, por seu trabalho e técnicas. Entre as premiações, destaque para a exposição Lima Mall Art Award, de 1975, em Ohio, nos Estados Unidos, e para o Salão de Artes do Centro Acadêmico de Medicina em Rosário, na Argentina, de 1976.
Suas maiores exposições foram realizadas com Carlos Sena na Galeria Bauhaus, em Goiânia, em 1985. No mesmo ano, participou ainda do Salão Nacional de Artes Plásticas e da coletiva na Felix Galeria de Arte, todas em Goiânia. Em 1987, exposição Levante Centro-oeste, em Brasília. Também em 87, exposição coletiva da premiação Viola de Cocho em Cuiabá, no Mato Grosso.
Em 1986, individual em comemoração aos 25 anos da Universidade Federal de Goiás, ano em que também fez Performance com Clovis Irigaray, artista mais renomado do Mato Grosso. Em 1998, fez novamente Performance com Clovis Irigaray na Bienal de Arte Moderna de Mato Grosso.
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