Toda palavra é resultado de uma soma de vários traços semânticos. No caso do adjetivo podre, mesmo que o dicionário designe o termo como algo que está em decomposição, que cheira mal, fétido, infecto, estragado, quando alguém é chamado de “podre de rico” entende-se não como uma crítica, mas fica implícito que o cidadão é muito rico, sem juízo de valor sobre a natureza de sua condição milionária. Não parece ser o caso do ex-presidente Fernando Collor de Melo, ao que tudo indica – e até os pedregulhos de Alagoas comentam o assunto – sua conta bancária tão fecunda é fruto de lama para mais de metro e meio.
O jornal “Gazeta de Alagoas”, mesmo com minguados leitores em comparação com outros jornais do País, deve ser o mais lucrativo do mundo. Somente na Casa da Dinda, foram apreendidos um Porsche avaliado em R$ 400 mil; uma Ferrari de R$ 1,5 milhão; e um Lamborghini de R$ 2,5 milhões. Isso de uma espetaculosa frota de 16 veículos. É claro que faltou a Elba porque o Senador tem birra do veículo que lhe custou o cargo de Presidente da República.
Nem precisa ser um gênio em matemática financeira para desconfiar da ostentação de Collor. Faz muito senso a informação de que ele recebeu 20 milhões nas falcatruas da Operação Lava Jato. Qual o empresário, por mais abonado que seja, teria condições de imobilizar um capital tão expressivo apenas em veículos de altíssimo luxo? Ao que me consta, apenas mimados príncipes do reino do petróleo se prestam a tais extravagâncias. Pensando bem, por vias tortas, Collor pode ser classificado como uma espécie de monarca via corrupção na Petrobrás.
A chiadeira no Senado, com direito a ameaças ao digno Janot, é fruto dos que ainda se imaginam tão poderosos a ponto de intimidar quem está correto. Somos outro País. Ainda existem pessoas dispostas a peitar os ordinários de plantão. Que possam mofar na cadeia. Se Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Cia Ltda., imaginam que vão emparedar o governo, obrigando a Polícia Federal a retroceder, é melhor pensar duas vezes. O povo vai às ruas. Essa corja não pode continuar mamando nas tetas de quem paga a mais alta carga tributária do planeta, de longe a mais injusta e mal aplicada. Chega. Foram longe demais.
Ao contrário do que se imagina o Supremo Tribunal Federal não tem como ceder. Mesmo com todos os arautos do lulopetismo encastelados em posições estratégicas, os fatos, os documentos, as delações e depoimentos, falam mais alto. Eles não podem compactuar com tamanha bandalheira. Como diria Dilma em momentos de êxtase filosófico: o dentifrício já saiu da pasta.
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