Política

Estado de SP vai regredir para fase amarela; escolas continuam abertas

O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta segunda-feira, 30, que todo o Estado de São Paulo vai regredir para a fase amarela do plano de combate ao novo coronavírus até o final deste ano. A análise de dados passará a ser feita a cada sete dias, e não mais 28 – entretanto, a próxima reclassificação ordinária está marcada para 4 de janeiro de 2021. Dessa forma, comércio, bares, restaurantes, academias e eventos culturais terão mais restrições, principalmente no que se refere à capacidade para público e horário de funcionamento. Como adiantou o Estadãonão haverá mudanças para as escolas particulares e públicas, que estão abertas desde setembro no Estado e, desde outubro, na capital. A definição de Doria ocorre um dia após seu candidato Bruno Covas ser reeleito na capital.Segundo fontes, movimentos de pediatras e de pais de alunos pedindo que as escolas não fossem afetadas por novas restrições com a piora da pandemia no Estado foram cruciais na decisão do governo. O Estadão apurou que a intenção é que, mesmo se o Estado regredir para a fase laranja, as escolas não sejam fechadas. O decreto que regula a educação deve ser modificado.

Pediatras também sustentam que as crianças transmitem muito menos o vírus do que adultos e que as escolas já conseguiram se adaptar bem aos protocolos. Pesquisa feita pelo sindicato e pela associação das escolas particulares mostra que, em 86% das mais de 500 instituções consultadas, não houve nenhum caso de covid desde que foram abertas.

O exemplo da Europa, que entrou novamente em lockdown, mas manteve a educação aberta, também foi determinante. A secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, mostrou dados de FrançaPortugalAlemanha e outros países que tomaram essa decisão. “Escolas não fecham”, avisou. Ela também usou o contexto internacional como exemplo de comparação para medidas de restrição durante a pandemia, afirmando que as estratégias anunciadas em São Paulo vêm em um momento de pico menor do que o contastado na Europa.

No Brasil, Estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina também estão com entendimentos semelhantes, de que outros serviços devem fechar e as escolas precisam ser consideradas essencias pelos danos causados às crianças. São Paulo, entretanto, apresentou durante a última semana epidemiológica, contada até o sábado, 28, diminuição de 14% no número de casos, mas aumento de 12% nos óbitos e de 7% nas internações pelo coronavírus.

“A situação em internações e casos é equivalente à que tivemos entre setembro e outubro, época em que tivemos regiões variando entre amarelo e verde, quando começamos a ter mais estabilização, mas com números mais elevados”, apontou Patrícia. De acordo com a secretária, o motivo para realizar a reclassificação apenas nesta segunda-feira, após as eleições municipais, seria porque os dados anteriores indicariam que a população do Estado na fase 4 (verde) cresceria de 76 para 89%. Com os dados atualizados, o Centro de Contigência da Covid-19 decidiu colocar todo o território na fase 3 (amarela).

João Gabbardo, coordenador do Centro, afirmou que a causa para a discrepância entre a diminuição de casos e o aumento de mortes e internações seria a diminuição das testagens em alguns municípios, que caíram de cem testes a cada 100 mil habitantes para 68. “Não estamos nem um pouco confortáveis com os dados dessa última semana. O Estado não passou para a fase amarela por qualquer determinação ou orientação que não fosse a observância rígida dos quatro indicadores que acompanhamos”, apontou, completando que essa fase do Plano “não tem tanta repercussão no comércio e na economia” de São Paulo.

Ao todo, 62 municípios do Estado apresentam crescimento nos indicadores da pandemia. Os prefeitos dessas cidades participarão de uma reunião virtual com o governo na próxima terça-feira, 1º,  para discutir o aumento nas internações e ocupação de leitos. “Nossa expectativa é ficar no amarelo o menor tempo possível”, declarou Patrícia.

Fase de ‘flexibilização’

A fase 3 (amarela) do Plano São Paulo é de maior flexibilização e impõe redução no atendimento. As principais diferenças em relação à fase 4 (verde) estabelecem que a maioria dos setores reduzam o atendimento de 60% para 40% da capacidade total, funcionem por apenas 10h até as 22h, no máximo, e permanência em pé está proibida. “A fase de controle nos permite ter uma mensagem mais clara para toda a população, de que houve um aumento no número de casos e é preciso ter cautela”, afirmou Patrícia Ellen.

Para academias, o funcionamento fica restrito a 30% da capacidade total do espaço, por 6h diárias e apenas para aulas individuais com agendamento prévio. Shoppingsgalerias e outros estabelecimentos comerciais também têm a permissão de atendimento reduzida de 60% para 40% da capacidade, e horário de abertura de 12 horas para 10 horas.

Bares restaurantes continuam permitidos a atender presencialmente, mas agora o atendimento volta a ser liberado para apenas 40% da capacidade total do estabelecimento, que pode ficar aberto até as 23h, mas precisa encerrar o serviço às 22h. Salões de belezacinemas e teatros também regridem e só estão liberados para 40% dos assentos totais. A principal diferença é que, para o setor cultural, o público presencial não poderá ficar em pé durante eventos e outras atividades.

De acordo com a última atualização do Plano São Paulo, em 24 de outubro, 11 regiões do Estado já estavam na fase 4 (verde), de abertura parcial. Entre elas, a capital paulista, a Baixada SantistaCampinasPiracicabaTaubaté e Sorocaba.

Apesar de a fase 3 (amarela) prever a flexibilização de alguns serviços e atividades, a abertura depende da autorização dos governos municipais. Na capital, o prefeito Bruno Covas só permitiu a retomada do setor cultural e a abertura de parques quando o município entrou na fase 4 (verde). Neste domingo, 29, o PSDB promoveu uma festa de comemoração no diretório da sigla que contrariou todas as recomendações das autoridades sanitárias tanto do governo quanto da Prefeitura.

De acordo com Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde, o Estado vai endurecer a fiscalização dos estabelecimentos nessa volta à fase amarela. “Teremos uma ação mais efetiva, fazendo não só as inspeções, mas as autuações, se necessário, para que, dessa forma, todos tenham a responsabilidade conjunta de impedir que o vírus continue circulando.” Ele também negou que houve redução desse acompanhamento e atribuiu o aumento dos índices às “pessoas que começaram a sair mais, com mais festas e encontros”.

Na educação, o Estado continua autorizando 35% da quantidade de alunos nas escolas por dia e aulas para médio e fundamental. A Capital, no entanto, foi mais restritiva e permite apenas 20% dos alunos, com aulas apenas para o médio. O restante pode apenas ter atividades extra-curriculares. Resta saber o que vai definir Covas com relação à educação da cidade nesta semana.

fonte: Jornal Estadão

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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