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Estabelecimentos sofrem prejuízos com quedas constantes de energia em Goiás

Estabelecimentos comerciais ficam no prejuízo com constantes quedas de energia em Goiânia. Atualmente, a Enel Distribuição Goiás está classificada entre as piores concessionárias de energia elétrica do Brasil, aponta levantamento feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A distribuidora teve o terceiro pior desempenho entre 29 companhias de grande porte avaliadas no último ano. Contudo, a empresa afirma que tem melhorado os serviços gradativamente, com a ampliação de equipe e modernização.

Em comparação à antiga Celg Distribuição (Celg D) em 2020, a Enel apresentou a mesma classificação, mas ocorreu piora no indicador de duração das interrupções. Goiás ficou sem energia em média 18,75 horas em 2021, ante 16,48 horas no ano anterior. O limite estabelecido pela Aneel é de 12,58 horas.

O salão da cabeleireira Cláudia Marques, no Parque Amazônia, já chegou a ficar mais de um dia sem energia elétrica, o que impossibilitou ela e o marido, Robson Assis, de atenderem os clientes. Ela afirma que, atualmente, as quedas não estão constantes como antes, mas ainda ocorrem às vezes. Também avalia que, neste ano, a manutenção está mais rápida.

Atualmente, as despesas do estabelecimento com a energia gira em torno de R$ 400. Robson conta que o valor é o dobro do que ele pagava há dois anos. “Evito ao máximo gastos desnecessários, sem contar que o movimento ainda não voltou ao normal como antes da pandemia”, avalia. Entre as alternativas apontadas por ele para economizar estão: evitar ao máximo uso de aparelhos elétricos, como sistema de ar, não deixar nada ligado na tomada, principalmente no fim do expediente.

Outros leitores denunciaram insatisfação com os serviços prestados pela distribuidora. Um deles é o comerciante Sérgio Pereira, 32 anos, que já ficou por cerca de seis horas sem energia em casa. Ele afirma que perdeu diversos alimentos da geladeira. “Prejudicou não só a mim, mas também a todos os moradores do meu bairro. Qualquer chuva a energia já acaba”, relata.

Sobre as quedas de energia, o diretor de Planejamento e Gestão da Enel, Roberto Vieira, explica que a distribuidora possui um sistema aéreo e as quedas ocorrem porque a rede fica exposta ao tempo, ações de terceiros e desastres naturais. “Temos um sistema que ficou mais de 15 anos sem investimento para manter o sistema em um nível inadequado de operação. A gente trabalha para aumentar a capacidade de rede de resistir a esses eventos, além de aumentar a quantidade de equipes”, ressalta.

Horas no escuro

O cálculo da Aneel mostra que o fornecimento de eletricidade permaneceu disponível por cerca de 99,86%, na média nacional,  com 11,84 horas no escuro, em 2021. Uma diferença de mais de seis horas em comparação com a concessão do grupo italiano em Goiás.

A classificação é elaborada com base no Desempenho Global de Continuidade (DGC). Se forma a partir da comparação dos valores apurados anualmente tanto para a duração das interrupções (DEC) quanto para a frequência em que elas ocorrem (FEC) em relação aos limites estabelecidos, conforme a agência.

Reclamações no Procon

Em respeito à Lei de Acesso à Informação (LAI), o Procon Goiás divulgou, neste mês, os rankings de atendimento dos consumidores relativos ao mês de fevereiro de 2022 com o intuito de informar o consumidor sobre a conduta das empresas atuantes no estado.

No mês de fevereiro, as três empresas que demandaram maior procura por meio da plataforma foram: Claro Móvel (82 registros), Enel (78 atendimentos) e Vivo (77registros). “Além da transparência dos dados colhidos pelo órgão e do seu caráter informativo, o ranking de reclamações tem o intuito de servir de termômetro para como o consumidor tem visto os fornecedores no estado. Acredito que desta forma as empresas podem detectar as principais críticas apresentadas e, assim, repensarem sobre a qualidade do produto e do serviço que está sendo ofertado”, afirma o superintendente do Procon Goiás, Alex Vaz.

MPF acompanha qualidade da prestação de serviços 

O Ministério Público Federal (MPF) vem acompanhando, desde dezembro de 2019, a qualidade da prestação de serviços oferecidos pela Enel Distribuição Goiás, que é responsável pela distribuição de energia no estado de Goiás. A empresa está novamente classificada entre as piores concessionárias do País conforme ranking elaborado e divulgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Nos últimos anos, a concessionária vem apresentando desempenho insatisfatório no cumprimento das metas de fornecimento de energia elétrica, trazendo, como consequência, prejuízos aos consumidores goianos. O ranking aponta que a empresa teve o terceiro pior desempenho entre 29 companhias de grande porte avaliadas em 2021.

Levando em conta os dados da Aneel, a procuradora da República Mariane Guimarães de Mello Oliveira, pediu ao presidente da Enel que o mesmo apresente relatório detalhado das medidas já adotadas, além de um cronograma daquelas que ainda serão promovidas pela concessionária a fim de cumprir as metas de desempenho estabelecidas pela reguladora.

Roberto Vieira esclarece que a Enel irá prestar todas as informações para o MPF com objetivo de cumprir as metas. “O plano é um processo regular para várias distribuidoras do país que visa determinar indicadores para que as distribuidoras consigam melhorar os serviços. Nesse sentido é importante deixar registrado que, do ponto de vista de frequência de interrupções (quantidade de vezes que cada goiano ficou sem energia), a média foi de 8.48 vezes e a meta regulatória é no máximo 9.22 vezes. Em relação à duração das interrupções, na média, a gente continua com uma trajetória de melhora”, avalia.

De acordo com ele, a Aneel utiliza um indicador de desempenho global de continuidade para comparar as empresas distribuidoras de energia. “Esse indicador faz uma comparação com a sua própria meta regulatória. No caso da Enel Goiás, a meta regulatória só deve ser alcançada em 2023, de acordo com o que está previsto no no contrato de concessão. A gente segue em uma constante tendência de melhora. Nós entendemos que o importante é que a gente continue em uma melhora gradativa”, finaliza.

Segundo a Aneel, a nota técnica apresenta a análise do Plano de Resultados proposto pela própria Enel em relação ao tema Continuidade do Fornecimento de Energia Elétrica. Essa análise feita pelo órgão regulador tem o objetivo de incentivar que as concessionárias busquem a melhoria contínua da qualidade do serviço, e para que as empresas definam atuações preventivas junto à concessionária.

Em nota, a Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR) informou que para 2022 espera que a empresa cumpra as metas estipuladas, “pois, em caso de descumprimento consecutivo do novo plano de resultados este ano, pode ser instaurado procedimento de caducidade da concessão”.

A Enel reforça ainda que a empresa “seguirá comprometida com a melhoria constante da qualidade do fornecimento de energia em Goiás, por meio da modernização da rede elétrica”. O MPF informou que a Enel tem o prazo de 20 dias, a contar do recebimento do ofício, para prestar as informações.

O Hoje

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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