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Dia do Orgulho da Cretinice

No esteira de uma série de mixórdias envolvendo o universo da atração entre indivíduos do mesmo sexo, surge o Deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com um projeto de lei que institui o Dia do Orgulho Heterossexual. A iniciativa faz ressuscitar o FEBEAPÁ – Festival de Besteiras que Assola o País – criado pelo saudoso Stanislaw Ponte Preta. A ideia do parlamentar é que a tal comemoração seja realizada no terceiro domingo de dezembro. Nem ele sabe explicar o motivo da escolha. Deve ser uma forma de prestigiar Papai Noel que estará a postos uma semana antes de Natal. No conceito de muita gente, Deus nos livre de imaginar o bom velhinho como um gay enrustido. Bobagem.

É sofrível em todos os aspectos. Erram os que idealizam uma passeata de mau gosto, horrorosa no senso e na forma, e a batizam de “orgulho gay”; e enganam-se os que consideram produtivo realizar um confronto na direção inversa. Não vai dar em nada. As famílias de bom tom vão continuar trabalhando e produzindo porque tem mais o que fazer.

Entre juízes que demonstram insatisfação com a aprovação da união estável e magistrados que vão além e decidem que a ligação entre gays se equilibra no mesmo amalgama dos casais de sexo oposto, sobra a realidade de que a discussão é uma besteirinha que já ocupou tempo demais. Que se case ou separe quem bem entender. Sou a favor de o sujeito adotar até uma árvore e levar para a cama se não tiver lesando ninguém. Temos problemas mais graves a resolver.

A começar pelo incremento do uso de drogas com a aprovação da marcha da maconha e o recado de que a erva está liberada. Devemos lembrar que cientistas britânicos comprovaram que o uso da erva antes dos 15 anos reduz a memória em até 30%. A aliança entre homem e homem, mulher e mulher, travestis, transexuais ou qualquer outro raio de denominação que se possa agregar não mata ninguém ou derrete o cérebro.

O que assassina – e não merece atenção dos parlamentares ou juristas encastelados em Brasília, são as estradas sofríveis – os pronto-socorros corroídos pela ineficiência estatal, o banditismo que assola as cidades, a ausência de saneamento básico, a falta de médicos, a destruição das florestas, cerrados, rios e a eterna sangria dos cofres públicos pela turma de sempre.

Estamos perdendo tempo. Eu até acho que existe uma premeditada campanha para desviar atenções. Focamos nas volúpias individuais e esquecemo-nos do que interessa à comunidade. Seria interessante unir todos os movimentos, com a presença de milhões de gays, heterossexuais, travestis, crianças, padres, freiras, pastores, espíritas, pais de santo, políticos de todos os matizes, juntando todos os periquitos, gatos e papagaios, para uma manifestação monstro contra a carga tributária. Essa que se tornou a mais pesada, injusta e mal aplicada do planeta.

Até que isso não seja realizado, resta-nos introduzir o Dia da Cretinice. Pois só um povo cordeiro e imbecil é capaz de suportar no lombo injustiças que se perpetuam. Dá raiva constatar que nos incomodam as cópulas individuais enquanto estão a nos foder coletivamente. Até que procurei uma palavra mais amena. Mas, frente ao caos que enfrentamos, apesar dos bilhões arrecadados, não encontrei.

Rosenwal Ferreira é Jornalista e Publicitário

Twitter: @rosenwalf

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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