Entre as diversas teses marotas, no caldo grosso da hipocrisia, para desqualificar brasileiros que reclamam dos moldes do governo petista, a mais capciosa é dizer que existe um discurso do ódio. Evidente que ninguém de bom senso pretende ser acusado de fomentar paixões violentas. Sobretudo, pais de família que abominam situações de conflito e prezam a paz. Mas hoje, momento em que a nação se atola num tormento que parece não ter fim, confesso uma incontida raiva que não dá para disfarçar. Estou com ódio.
Invade-me uma ira incontrolável por viver num País em que pessoas na cúpula do governo acham normal mentir descaradamente como estratégia para garantir um projeto de poder, pouco se lixando com planos mínimos de boa administração.
Tenho gana de sair enforcando hipócritas que se utilizam dos cofres públicos como se estivesse num bordel do cais do porto, aplicando recursos do contribuinte em orgias umbilicais. Principalmente, quando enterram dinheiro dos impostos na cova das inutilidades e, depois, na maior cara de pau, apresentam como solução acréscimo na carga tributária.
É impossível controlar a ira sabendo que foram criados dezenas de Ministérios inúteis, apenas para atender parceiros dispostos a sugar recursos do trabalhador, mantendo cargos e sinecuras sem nenhum proveito à população.
Tenho ódio. Muito ódio. Quando tenho que manter gente ordinária em Palácios, com direito a cartões corporativos utilizados para degustar vinhos raros, circular em limusines, utilizar-se de andares inteiros em hotéis cinco estrelas, enquanto uma criança queimada morre chorando de dor porque não encontrou leito ou remédio para aplacar dores atrozes.
Se for pecado, vou arder no inferno. Mas tenho muito ódio quando percebo uma casta de deuses que se acham merecedores de tudo: carrões com gasolina à vontade, auxílio moradia, bolsa livro, seguro de saúde especial, segurança particular e toda sorte de mordomias, praticamente sem trabalhar, enquanto operários amargam transporte urbano como gado e chegam a arder jornadas de 14 horas. Tudo sem direito a saúde, escola decente para os filhos e tendo que viver sob a ordem das quadrilhas.
A raiva me domina ao constatar que banqueiros deixam de pagar impostos milionários e a população padece cortes de luz e água porque o orçamento não permitiu a quitação da conta. Caso fosse possível, não teria problemas em defender pena de morte aos corruptos que destruíram a Petrobrás e agiram em moldes de quadrilha para saquear o Estado.
Em meio a tudo isso, e não desabafei sequer a metade, causa asco que os ordinários de plantão venham pedir mais sacrifícios aumentando impostos. Estão brincando com a nação e ao que me consta, não estamos dispostos a bancar suas gracinhas irresponsáveis. De fato existe um perigoso ódio contra tudo o que está acontecendo e não me envergonho em admitir isso.
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