O ano de 2015 não aconteceu, foi um desastre anunciado e confirmado em todos os sentidos. O Brasil congelou a espera de algo que pudesse tirar o País de uma letargia que ceivou empregos, engoliu o poder aquisitivo pelo aumento brutal da inflação e a população se atolou na falta de esperança. Foram doze meses para ninguém lembrar de algo positivo. Podemos esperar algo diferente para 2016? Essa é a pergunta que se faz no iluminar do ano que se aproxima. Infelizmente, anotando cuidadosamente todos os prós e contras, é possível deduzir que vamos amargar o diabo.
A culpa não é do brasileiro que continua a trabalhar como nunca, arcando com a maior carga tributária do planeta, de longe a mais injusta e mal aplicada que existe. O nó da questão é que os deuses encastelados em Brasília, além de não se entenderem, deram para fazer uma constante aposta na base do quanto pior, mais é possível tirar proveito da situação em benefícios umbilicais.
Com esse espírito, urdiram uma crise interminável garantindo dias piores. A coisa funciona como se fosse a receita de um bolo maluco, com indigestão sacramentada, em que se finge elaborar ingredientes com açúcar e com afeto, mas, a base de tudo é um veneno letal que asfixia a população. O povão não tem nada a ver com a guerra política travada entre os chefões que lutam para controlar interesses bilionários, mas é sempre ele a “pagar o pato” e arcar com as consequências.
Triste sina perceber que não haverá trégua entre as facções que procuram manter o status de mando e comando. Sempre dispostos a manter sua fatia de poder, sem incomodar um segundo com os destinos de milhões de pessoas, vão se engalfinhar até as últimas consequências em manobras, atos corrosivos, desregramentos e toda sorte de banditismo político, para não ceder interesses particulares. Essa, infelizmente, será a tônica de 2016.
Existe algo que pode ser feito para impedir a saga dos inconsequentes? Quase nada, resta-nos esperar como boi indo a matadouro. A atual estrutura da nação, para o bem ou para o mal, não permite interferências capazes de salvar um destino mal ajambrado no resultado das urnas. Quem acreditar em mágica ou atalhos inconstitucionais estará flertado um pacto com o diabo. Não resolve anda e cria embaraços futuros de pior lavra.
Todo esse tempo perdido e desperdiçado ainda pode servir a excelente propósito. O contribuinte certamente vai pensar muito na consequência de seu voto. Esse aprendizado dolorido até os ossos, faz parte de um histórico democrático importante. A dor, o sofrimento e a amargura são ferramentas que moldaram nações para dias melhores. Pensando assim, até que se torne menos pesado imaginar o fardo que nos espera no ano que vem. Resistir, aprender e evoluir são as únicas avenidas com sinal verde em 2016. De resto, sai de baixo.
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