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Bolsonaro pode mandar baixar tarifa de energia? Entenda como a Aneel decide as bandeiras

André Borges, O Estado de S.Paulo

15 de outubro de 2021 | 09h52

BRASÍLIA – As bandeiras tarifárias de energia elétrica são uma taxa extra cobrada do consumidor de energia quando há períodos de forte escassez de chuvas, o que leva à necessidade de acionar as usinas térmicas, que são mais caras do que as hidrelétricas.

A definição sobre qual será a bandeira tarifária, porém, decisão que é avaliada mensalmente, não é um gesto meramente político, mas sim uma decisão técnica executada pela Agência Nacional Energia Elétrica (Aneel). Para decidir qual será a bandeira de cada mês, unidades técnicas da agência reguladora levam em conta um conjunto de fatores, como o nível de consumo previsto para o período, a situação dos principais reservatórios de água do País, a previsão de chuvas para o mesmo intervalo e a disponibilidade geral de operação de todo o setor elétrico, o que é diariamente calculado e fiscalizado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Quando a bandeira tarifária é acionada, significa que, ao fazer a equação desses indicadores, conclui-se que haverá um custo maior para garantir o abastecimento em todo o País. Não se trata de um dinheiro extra, que fica guardado em caixa. Os pagamentos da bandeira tarifária ajudam a equilibrar as contas e evitar rombos que comprometam o setor elétrico. Antes das bandeiras, esses custos eram repassados anualmente aos consumidores, quando as distribuidoras de energia faziam seus reajustes tarifários. Com as bandeiras, esses reajustes atrelados a limitações hídricas passaram a ser mensais.

Quando o presidente Jair Bolsonaro diz ao País, como fez nesta quinta-feira, 14, que pedirá ao Ministério de Minas e Energia que mude a bandeira tarifária da energia elétrica na marra, trocando o estágio atual, que é a “bandeira de escassez hídrica”, para a bandeira “normal”, o chefe do Executivo está dizendo que vai desprezar a análise desses indicadores, ou seja, seria uma intervenção direta sobre uma decisão técnica tomada por uma agência reguladora, estrutura que deve ter independência do governo federal.

Não existe bandeira “normal”, como diz Bolsonaro. O que existe são as bandeiras verde, amarela, vermelha patamar 1, vermelha patamar 2 e, agora, devido à pior estiagem dos últimos 91 anos, a bandeira de escassez hídrica. Na bandeira verde, que é o que Bolsonaro chama de “normal”, não há cobrança de taxa extra do consumidor de energia. Nos demais níveis, uma taxa é cobrada na conta de luz e, conforme o nível definido, essa taxa sobe ou desce.

ESTADAO

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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