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A regra é simples: não existem regras

    Acredite ou não, o título acima eu fisguei de um desenho animado, teoricamente criado para agradar crianças de dois a cinco anos de idade. No desenho, protagonistas de uma luta livre – dinossauros, homem-aranha, mulher-pantera e outros – recebem instruções de uma tartaruga gigante, que se apresenta como juiz do embate e que grita a pleno pulmões: “ a regra aqui é simples: não existem regras. Que morra o primeiro e sobreviva o herói. O resto é porrada.” Dito isto, a galera, um monte de seres galácticos e intergalácticos, vão à loucura.

      O que está acontecendo nos corredores do poder, numa guerra declarada em Brasília, lembra briga de rua no cais do porto, valendo navalhas, pedaços de cano e toda sorte de maldade até que o inimigo seja abatido numa poça de sangue. Para salvar um projeto de poder, e não de governo, danem-se os escrúpulos e a lei.

      Depois que o PMDB, num festival de trapalhadas que acabou provando, mais uma vez, que o partido traz em suas vísceras a escória da politiquice nacional e decidiu abandonar o barco do poder, o “toma lá dá cá” atingiu proporções circenses. O governo Dilma sequer finge que existe um método, um mínimo de bom senso ao indicar pessoas que vão ocupar cargos “chave” que norteiam os destinos do país.

      Hoje, desde que seja capaz de angariar votos, qualquer cabeça de bagre pode ocupar pastas essenciais. Trata-se de um absurdo mercado persa sem nenhuma ética. Que se danem os brasileiros que estarão mal servidos. A ordem é barganhar a céu aberto assumindo que a administração é uma “casa da mãe Joana”.

      Os políticos, de todos os matizes e partidos, almejam apenas acordos umbilicais capazes de atender uma insaciável sede por dinheiro e poder. A desmoralização atingiu picos febris que levam ao delírio. Sequer agremiações estruturadas, como o PMDB, conseguem se livrar dos oportunistas e irresponsáveis assumidos. Renan Calheiros, atolado até o pescoço em falcatruas e artimanhas impublicáveis, banca as apostas disposto a salvar o pescoço. Que se dane o partido, que se lasque o companheiro que pretende assumir a presidência. Ele é único, centrado em firmes convicções de egoísmo assumido e sem pudor.

      Toda essa equação, tão típica das cortes corrompidas, das castas que se acham acima do bem e do mal, não seria tão nefasta se não fosse o efeito cascata capaz de prejudicar gente inocente, contribuintes que pagam a maior carga tributária do planeta, de longe a mais injusta e mal aplicada.

      Causa asco, revolta e desorientação, que uma sorte de gente ordinária, que vota por favores, benesses e sinecuras do poder, vai assumir funções sem a menor capacidade de gerenciar. Como resultado imediato, seremos todos massacrados por ações indignas e decisões absurdas, gerando mais inoperância no Brasil que está emperrado há meses.

      Não existe dignidade alguma entre as partes envolvidas. Nenhum deles está incomodado com o sofrimento da população. Todos os segmentos que entram como atores nessa ópera bufa, agem apenas para defender feudos particulares. Não temos um projeto para o país que derreta a olhos vistos.

      Quem acredita numa vida superior, em que se prestam contas ao criador, tem pena dos corruptos que se engalfinham. Na ignorância sobre as verdades espirituais, sobre as responsabilidades com a justiça que interessa, agem alimentando podridão ao carma. Pobres desses diabos! Vão amargar sofrimento muito superior ao que causam aos inocentes.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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