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A moralização do governo em Goiás

Obstinado ao extremo, Jorcelino Braga, atual secretário da Fazenda no Estado de Goiás, se agigantou numa empreitada com ares de missão impossível. O governador Alcides Rodrigues exigiu dele um saneamento das finanças públicas sem nenhuma maquiagem. No processo do corta daqui e puxa de lá, o cobertor encurtou e os desafetos apareceram aos borbotões. Era de esperar. Para a surpresa de muitos, ele suportou todos os solavancos.

Os dados disponíveis demonstram que parte da tarefa surtiu efeitos produtivos e moralizadores. Poucos discordam que as economias do Estado estão com alicerces mais sólidos em dias atuais. Quem é do ramo garante que as fissuras encontradas eram mais amplas do que se pode imaginar. É de se entender que não é fácil manter o equilíbrio para não conspurcar, além do que, em política se considera razoável uma ex-parceria em que o atual administrador se firmou como parte ativa.

Pois bem, segundo minhas fontes, a atual vontade de Braga, com apoio de Alcides, é dar sequência no projeto de transparência e moralização, colocando toda folha de pagamento na internet. Seria o nirvana. O prefeito de São Paulo adotou a modalidade, sofreu represálias, gente graúda chiou, mas sua tese venceu na Justiça.

Se a ideia vingar, e que ninguém pense que será fácil, o povo goiano terá – finalmente – um mecanismo efetivo para contribuir fiscalizando os investimentos na contratação de funcionários públicos. É claro que uma minoria, principalmente dos que recebem sem trabalhar e dos marajás da coisa pública, vai dar um piti dos diabos. Principalmente alegando que sua privacidade estará em risco. Balela.

Aos previsíveis esbravejadores vale lembrar que nós – o povão que paga a mais pesada e injusta carga tributária do planeta – somos os empregadores. Temos o direito de saber quem está na folha de pagamento, que cargo ocupa, o horário em que atua e onde trabalha. É o mínimo. Com esses dados podemos saber quem está nos enganando.

Chega de hipocrisia. A ideia é simples e só não concorda com ela os famosos tubarões da coisa pública. A maioria dos funcionários não tem nada a esconder. Os que clamam em nome da privacidade, aposto nisso, é porque desejam esconder-se na tenebrosa sombra da ausência de transparência.

Por mais que se fiscalize, ainda existem fantasmas que não comparecem nas seções onde deveriam atuar, gente que vem ao Estado apenas na hora de receber o contracheque, que recebe jetons extras sem dar o serviço e são inúmeras as formas de burlar a vigilância. Povão neles.

Será ótimo descobrir quantos funcionários existem em cada órgão. Há locais com excesso de contingente humano e outros que carecem de apoio. A população se transformará em fiscal do governo. Auxiliando e cobrando. Esse é o verdadeiro espírito da democracia.

Oxalá a ideia seja realmente implantada. Uma vez realizada a estratégia terá sequência em outras gestões. Com amplos benefícios sociais. Mas já fiquei sabendo que a turma do contra, cujos interesses umbilicais serão afetados, já se posicionou contra mais essa medida saneadora. Oro para que a turma do bem vença a parada. Vai que é sua Braga, marca o gol Alcides. Escrevam seus nomes na história que modernizou Goiás. O povo em peso, podem anotar, estará ao lado de vocês.

Rosenwal Ferreira é jornalista e publicitário

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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