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A bronca de Lula é um show de hipocrisia

      Por razões de uma estratégia bem a estilo do ex- presidente, Lula desancou o PT afirmando, com todas as letras, que o partido está à procura de cargos, de benesses e que tem uma visão de poder e não de governo. Para quem não possui um mínimo de informação histórica, o desabafo até parece um arroubo de dignidade, de necessária mea culpa, fruto de um cidadão que está indignado com os desacertos de uma agremiação a que pertence.

   O nó da questão é que a atual sinuca do PT é um ardil que o próprio Lula ajudou a criar. Foi ele, e mais ninguém, que topou todos os conchavos e acordos para tocar o poder. Dizer uma coisa e, fazer outra, não é uma prerrogativa de pupila Dilma Rouseff como o ex-presidente dá a entender. Ele chegou ao comando jurando, entre outras coisas, que iria acabar com as oligarquias do nordeste e abolir as tramoias políticas com os caciques tradicionais.

  O que fez o chefão? Exatamente o contrário. Não só uniu-se a escória da política, chegando a frequentar os jardins da residências de Paulo Maluf, símbolo de roubalheira, como tornou-se íntimo de José Sarney, transformando-o  em conselheiro do Governo.

  Quanto à critica dos que pensam apenas em cargos e sinecuras, santa hipocrisia, Lula rendeu-se aos apelos do consumismo, recebendo favores nebulosos. Teve o suntuoso sítio reformado, à custa de dezenas de operários e numa despesa considerável, fruto de favores mal explicados por empreiteiras envolvidas na fraude batizada de “petrolão”.

   Indiferente à centenas de pessoas lesadas, foi agraciado com o término de um apartamento duplex no Guarujá, numa transação até hoje mal explicada. Suas palestras no exterior, pagas com valores que não se justificam, denotam seu desprezo por análises de conjuntura ética.

  Documentos comprometedores demonstram que ele participou de transações indignas ao histórico de um PT com raízes na lisura moral. Tanto que o apelido de Brahma já se tornou algo de domínio popular.

   É esse personagem que clama uma revisão de valores da sigla petista? Tem ele moral para exigir tal comportamento? Pela análise dos congressistas do partido, tudo indica que sim. Ninguém ousa, nas vísceras do PT, questionar o capo de tutti capi. No trotar dos cavalos que puxam essa carruagem, o partido se afunda com as incoerências do próprio líder. Comete o mesmo erro dos adversários. Ou seja: num País em que todos (da classe política) erram, vale tudo. Até fingir que não tem nada a ver com a cria ou com a criação.

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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