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A corrupção intelectual

Segundo o historiador Arthur Schinezler, “a faculdade de se deixar corromper no sentido mais amplo do termo é uma particularidade da espécie humana em geral; mais ainda, as relações entre os homens só são possíveis porque somos todos corruptíveis em maior ou menor grau. Cada vez que dependemos do amor, da benevolência, da simpatia ou simplesmente da delicadeza, estamos já no fundo corrompidos, e o nosso juízo nunca é, por isso, verdadeiramente objetivo; e ele é-o tanto menos quanto nos esforçamos por permanecer incorruptíveis.

A corruptibilidade está longe de se limitar à estrita relação de pessoa a pessoa; uma obra, uma ação, um gesto pode lisonjear-nos confirmando o nosso amor próprio, as nossas opiniões ou a nossa impressão sobre o mundo.

É apenas quando utilizamos conscientemente a corruptibilidade dos outros para nossa vantagem pessoal ou em detrimento de um terceiro, que ela é um mal, mas a falta é então mais nossa do que daquele cuja corruptibilidade nos beneficia.”

A tese é intrigante e nos leva a interrogações filosóficas profundas. Somos, todos e sem exceção, corruptíveis? Pode ser. Mas é claro que graus variados de ausência de ética, em algumas ações, com regra de bom senso geral, chocam acima da média. A variável se enrosca nas tortuosas e indecifráveis particularidades da alma humana.

O que para uns se encaixa no rol da esperteza, do oportunismo do cavalo arreado, do natural instinto de sobrevivência e desejo de se ajeitar na vida, para outros é corrupção que merece cadeia sem mais delongas.  No meu conceito, e isso certamente tem a ver com minhas raízes campesinas, educação religiosa e ojeriza sem rodeios ao comunismo, um dos mais nefastos pilares da ausência de ética se atrela à corrupção intelectual.

Tanto me causa asco que classifico certos atores, encastelados nas universidades brasileiras, como pedófilos intelectuais. Gente ordinária que, no mando e comando de uma sala de aula, por exemplo, se dedicam a uma nefasta catequese ideológica, como se isso fosse natural. Entendem que se trata até de um direito que a esquerda conquistou em algum ponto da história.

Cientes do que fazem, e numa estratégia bem coordenada, arrotam mentiras, falseiam dados, distorcem a história e propagam inverdades sem nenhum pudor.  As consequências são prejudiciais e, muitas vezes, prejudicam alunos por décadas.  Ora, convenhamos que não se pode formar um bacharel para atuar no mercado factualmente capitalista, remando contra a maré. Não funciona.

Se a função acadêmica fosse a de mudar regimes, enfrentar embates ideológicos, tudo bem. Mas, na maioria dos interesses, o que se procura é uma colocação profissional que possa garantir salários decentes. O que se percebe é uma inglória tentativa de se formar guerrilheiros e/ou rebeldes de uma causa alheia. Quem ganha com isso? Definitivamente não entendo.

Não estou com os que pretendem implantar uma escola sem debates políticos ou ideológicos. Mas que se faça um esforço para impedir a corrupção intelectual . De todos os espectros, claro!

Sobre o Autor

Rosenwal Ferreira

Rosenwal Ferreira é jornalista, publicitário e terapeuta transpessoal. Multimídia talentoso, ele atua na TV Record realizando comentários no quadro 'Olho no Olho', no Balanço Geral. Mantém, há mais de 18 anos, o programa 'Opinião em Debate' que agora está na PUC TV. No meio impresso, é articulista no Diário da Manhã, e no Jornal OHoje.
Radialista de carteirinha, comanda o tradicional programa jornalístico 'Opinião em Debate', que já ocupou o horário nobre em diversas emissoras, e hoje, está na nacionalmente conhecida Rede Bandeirantes 820AM, de segunda a sexta-feira, das 07h30 às 08h30 da manhã. Logo após é membro da bancada mais ativista da felicidade, das 8h30 até às 10h da manhã, na Jovem Pan Goiânia 106,7FM.

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